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Regulagem da Injeção Eletrônica

  • Castilho
  • 18 de ago. de 2015
  • 3 min de leitura

É comum um cliente entrar na Akikar e pedir para regular a marcha lenta, porque “ta um pouco acelerada”, ou “esta variando”, ou ainda, “esta morrendo quando para no farol” (semáforo). Muitos pedem para dar só uma “reguladinha no parafuso” e outros já chegam perguntando se eu tenho a chave (ferramenta) para regular a marcha lenta.

Acontece que são carros equipados com injeção eletrônica de combustível, e nenhum deles permite regulagem da marcha lenta por ação de parafusos, calços ou outra coisa, como se fazia antigamente no carburador.

A injeção eletrônica veio para substituir o carburador em razão da necessidade do melhor aproveitamento do combustível tanto para diminuir o consumo como, principalmente, para diminuir as emissões de poluentes. É um sistema composto por sensores, atuadores e por uma Unidade de Comando (UC), responsável por todo o gerenciamento.

Basicamente a UC processa os sinais enviados pelos sensores e modifica a estado dos atuadores, para manter o motor em marcha lenta e controlá-lo em qualquer condição de carga, conforme a aceleração que o motorista impõe, dando a sensação de controle total sobre a potencia (carro com injeção tem melhor dirigibilidade). A UC também controla, a ignição e a bomba de combustível (liga e desliga), além de se comunicar e interagir com outras unidades de comando, como a do câmbio automático, a do ABS, a do ar condicionado ou climatizador, entre outras. Em alguns modelos de carros a UC da injeção controla também o câmbio automático, é chamado de Powertrain.

Sendo assim todos os sensores e atuadores são importantes, mas o atuador da marcha lenta, que eu quero destacar, como o nome já diz, é o que a UC vai usar para controlar a marcha lenta. Pode ser de vários modelos, motor de passo, solenoide, ou um rele, mas basicamente o modo de atuar sobre a marcha lenta é sempre o mesmo. A UC abre ou fecha uma passagem de ar (adicional) para dentro do motor, conforme a necessidade, para aumentar a rotação da marcha lenta abre a passagem, se for para baixar, diminui a passagem. Se fechar totalmente o motor morre, pois ficara sem ar, ou seja, pela borboleta não passa ar suficiente para a marcha lenta.

Na foto, dois dos modelos de atuadores mais usados, o de baixo é o famoso Motor de Passo, com

aplicação em várias linhas. O de cima é usado na linha Ford, chamado apenas de Atuador de Marcha Lenta, funciona com um solenoide, que pulsa em ciclos para controlar a passagem de ar.

O motorista não tem controle sobre esse ar, o motorista só consegue controlar o ar que passa pela borboleta, através do pedal do acelerador.

Quando o motorista tira o pé do pedal do acelerador, a borboleta fecha totalmente impedindo a entrada de ar e o motor entra em regime de marcha lenta. Nesse momento o ar necessário para a queima do combustível só poderá passar pelo atuador de marcha lenta e o controle passa totalmente para a UC.

Ao fechar, a borboleta encosta através de mecanismos próprios como alavancas e eixos em um batente, normalmente um parafuso, que é regulado na fábrica para adequar os parâmetros programados na UC às diferenças de fabricação de cada peça do motor e seus componentes, visto que são fabricadas dentro de certa tolerância em suas medidas e nunca são exatamente iguais umas as outras.

Este parafuso é lacrado na posição ideal e qualquer “regulagem” vai alterar a quantidade de ar

que passa pela borboleta, a UC vai mudar a posição do atuador da marcha lenta e pode até parecer que corrigiu o defeito, mas na verdade o motor começou a trabalhar totalmente errado. No mínimo, aumentando o consumo de combustível e as emissões de poluentes, em médio prazo outras peças podem ser danificadas, como o catalisador e o atuador de marcha lenta, por exemplo.

É por isso que quando você chega na Akikar e pede para eu “regular” a marcha lenta ou a injeção, eu respondo que não. Se há alteração na marcha lenta, pode ser sujeira nos bicos, borboleta ou falha de funcionamento em algum componente e a correção depende de procedimentos corretos de diagnósticos e reparos.

(Há sistemas que parecem ter regulagem, como os VW ou Audi, porém aquele procedimento que se faz com o scanner é na verdade uma retomada de valores pré-definidos, justamente para voltar a borboleta nos padrões regulados de fábrica, visto que este sistemas são autoadaptativos.)

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